segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Imigração internacional: importar médicos e engenheiros é inevitável?

Após as polêmicas sobre a "importação" de médicos, o governo federal estuda a "importação" de
engenheiros. De fato, o momento demográfico atual não justifica essa necessidade, pois as projeções populacionais estimam que até o ano de 2020 a população entre 15 e 64 anos de idade (PIA) ainda deve crescer, atingindo nessa data os 70% da população total. Ou seja, o Brasil está passando por seu bônus demográfico sem aproveitar essa oportunidade, pois os investimentos em qualificação profissional em anos e décadas passadas não foram corretamente direcionadas.

Assim, o que temos é um país passando por seu melhor momento demográfico, com um contingente expressivo da sua população em idade apta ao trabalho, mas sem os profissionais necessários para atender ao desenvolvimento econômico e social. Mas não se trata de atribuir a responsabilidade a um ou outro governo, pois investimentos na formação de profissionais qualificados é um processo de décadas. Afinal, para que tivéssemos uma razão de médicos por habitante maior no país, teríamos que ter iniciado os investimentos em educação há mais de 6 anos atrás (tempo mínimo para se formar um médico). Trata-se de políticas de estado e não políticas de governo (ou governos).

Enfim, a partir de meados da década de 2020, essa proporção de pessoas em idade ativa tende a diminuir e em um futuro não muito distante será praticamente inevitável "importar" não apenas médicos e engenheiros, mas também haverá necessidade de outros profissionais qualificados ou não. Ou seja, independentemente de aproveitarmos a janela de oportunidades demográficas a imigração internacional tende a aumentar devido à escassez de profissionais em determinadas áreas. E será estamos preparados para isso?

Leia algumas notícias relacionadas:

Os 20 profissionais estrangeiros mais procurados pelo mundo (BBC Brasil, 04/04/2013).